quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Santa Marta Campeã do Grupo de Acesso D

O GRES Mocidade Unida do Santa Marta foi a grande campeã do grupo de acesso D do carnaval do Rio de Janeiro, seguida pela GRES Leõs de Nova Iguaçu tendo garantido o acesso ao grupo C no carnaval de 2014.

Santa Marta Campeã do Grupo de Acesso D

O GRES Mocidade Unida do Santa Marta foi a grande campeã do grupo de acesso D do carnaval do Rio de Janeiro, seguida pela GRES Leõs de Nova Iguaçu tendo garantido o acesso ao grupo C no carnaval de 2014.

Santa Marta na Folia


Na madrugada do dia 13 de fevereiro a Estrada Intendente de Magalhães presenciou uma volta heróica do GRES Mocidade Unida do Santa Marta. Quem acompanhou os desfiles da agremiação nos últimos anos, viu uma escola sem alma, sem componentes e lutando constantemente para fugir do rebaixamento.
            Com a chegada da nova diretoria, presidida por Haroldo Fuly, as lideranças que andavam estremecidas se uniram para apresentar uma escola forte e bonita. Desde as 19h as pessoas já desciam para o desfile com animação e uma gana nos olhos de mostrar que alguma coisa mudou, foram mais de 10 ônibus lotados entre componentes e torcedores.
            Na avenida do desfile todos ansiosos esperando pela sua vez de entrar (11ª escola) o que aconteceu por volta de 4h, mas para quem pensa que o horário tarde acabou com a alegria da escola ficou enganado. Com um discurso motivador do Tião Belo as pessoas entraram mordidas e cantando a plenos pulmões o samba.
            Entre as alas, a que teve mais destaque foi a em homenagem a Folia de Reis e ao Zé Diniz, onde a procura foi tão grande que foi necessário remanejar algumas pessoas para outras alas.
            A apuração será hoje dia 14/02 ás 17h no Terreirão do Samba e a expectativa é grande, pois sobem 4 escolas.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Turismo na favela: E os moradores?


Água morro abaixo e fogo morro acima e invasão de turistas em favelas pacificadas é difícil de conter. Algo precisa ser feito para que a positividade do momento não transforme esses lugares em comunidades “só pra inglês ver”. As favelas pacificadas tornaram-se alvo de uma volúpia consumidora poucas vezes vista no Rio de Janeiro. A partir do momento em que se instalaram as Unidades de Polícia Pacificadora — UPP em algumas favelas, é como se tivesse sido descoberto um novo sarcófago de Tutankamon, o faraó egípcio. Uma legião de turistas, pesquisadores, empresários, comerciantes “descobriram” as favelas.
O Santa Marta, primeira favela a ter uma UPP, ao longo dos seus quase 80 anos sempre recebeu, na maioria das vezes de forma discreta, visitantes estrangeiros. E em alguns casos ilustres: Rainha Elizabeth, Senador Kennedy, Gilberto Gil. Até mesmo Michael Jackson quando gravou seu clipe na favela não permitiu a presença da mídia. A partir de 2008, iniciou-se a era das celebridades e a exposição da favela para o mundo.
Algumas perguntas, porém, precisam ser feitas e respondidas no momento em que o poder público pensa em investir neste filão: o que é uma favela preparada para receber turistas? Que ‘maquiagem’ precisa ser feita para que o turista se sinta bem? Que produtos os turistas querem encontrar ali? O comércio local deve adaptar-se aos turistas ou servir aos moradores? Se o Morro não é uma propriedade particular, não tem um dono, todo e cada morador tem o direito de opinar sobre o que está se passando com o seu lugar de moradia.
Essas e outras questões devem pautar o debate entre moradores e destes com os gestores públicos, no momento em que estão sendo pensadas propostas de estímulo ao turismo nas favelas pacificadas. Se os moradores não se organizarem e assumirem o protagonismo das ações de turismo e de entretenimento no Santa Marta, vamos assistir os nativos (os de dentro) servindo de testa de ferro para empreendimentos e iniciativas dos de fora, às custas de uma identidade local que aos poucos vai perdendo suas características.
Talvez, tomar os princípios do turismo comunitário: integridade das identidades locais, o protagonismo e autonomia dos moradores, ajudem-nos a encontrar estratégias para receber os de fora sem sucumbir às regras violentas de um turismo mercadológico.
Texto redigido por: Itamar Silva

Itamar Silva é Presidente do Grupo Eco – Santa Marta e diretor do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE)

 
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